Como já mencionei anteriormente a cozinha francesa tem uma imagem de sofisticação no mundo inteiro e além disso tem um ar de extremamente complexa e com técnicas difíceis de executar. Isto não é verdade. Sua origem é bastante humilde, muitos dos pratos que hoje são famosos vieram de preparações simples, bem regionais. O creme de leite, o champignon, e as receitas com vinhos podem parecer requintados, mas são simples para cozinheiras que convivem com estes ingredientes em seu dia-a-dia.
Estas diferenças de produtos regionais muitas vezes nos dão uma idéia equivocada sobre os pratos, o que aqui pode ser extremamente caro, em seu país de origem pode ter pouco valor econômico. Este é o caso da carne de coelho na Espanha, das hortaliças nobres em toda Europa, de alguns frutos. Enfim, tentem não julgar a complexidade de um prato pelos seus ingredientes. Cada país tem seus ingredientes regionais.
Como a França é o maior país da Europa Ocidental e, em termos de recursos naturais, dos mais ricos, é natural que sua cozinha seja o resultado desta abundância.
A França produz quase tudo que é necessário para uma grande cozinha: oliveiras ao Sul; manteiga e creme de leite ao Norte; muitos vinhos de excelente qualidade; peixes e frutos do mar do Atlântico e do Mediterrâneo; peixes dos grandes rios, como Loire e o Rhone, e de muitos lagos; escargots na Bourgogne; carne de vaca no Charolais; cordeiros de Pauillac e outras regiões. Isso sem contar os mais de 350 queijos!!!
Há uma nítida diferença culinária entre a região mediterrânea, que usa o azeite de oliva para cozinhar e o Norte, onde prepondera a manteiga. A Soupe au Pistou é um exemplo desta cozinha mediterrânea. Nada mais mediterrâneo que o tempero marcado pelo parmesão, azeite de oliva, alho e manjericão.
E não podemos deixar de lado o prazer em comer! Os franceses cultuam este prazer, tem opiniões sobre pratos, tipos de preparações, tomam partido, discutem ardentemente sobre seus pratos, os vinhos, queijos e restaurantes favoritos.
Vamos admitir que eles tem o tudo a favor de uma grande cozinha, pois na opinião desta escritora, esta consciência gastronômica de seu povo, faz toda diferença.
Outro capítulo importantíssimo são os restaurantes que após a revolução francesa se tornaram comuns. Eles tiveram um papel fundamental na evolução da cozinha e na imagem do que hoje é conhecido por culinária francesa. Os grandes chefes como Escoffer, Carême e tantos outros, fizeram esta cozinha. eles deram a imagem que alguns pratos, como o steak au poivre tem hoje, sofisticaram a solle normande, de origem humilde e contribuíram para a evolução da cozinha do país.
Mas para aqueles que no exterior vão a um restaurante Francês, é preciso alertar que na França se come diferente. Entre os pratos preferidos estão o simples pernil de cordeiro assado. Assim como o cassoultet (feijoada branca) e o confit que nada mais é do que carne (pato, ganso ou porco) aferventada e conservada em gordura.
Não falarei agora da confeitaria francesa que merece um capítulo a parte, apenas adianto que é mais simples do que parece.
Diante do exposto, mãos a obra!!!
Bom appetit!
Gostei muito do texto espero ancioso pela parte da confeitaria....
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